A agem do ministro da Justiça, Torquato Jardim, pelo Triângulo Mineiro nesta quinta-feira (24) teve como tema principal o setor de segurança pública, mas, em Uberlândia, as invasões de áreas públicas e privadas também entraram em discussão. Após visitar Uberaba, Jardim foi recebido pelo prefeito Odelmo Leão, com quem manteve reunião fechada, junto com outras autoridade, na sede da Prefeitura de Uberlândia.
"Eu, como prefeito de Uberlândia, digo, claramente, que não vou aceitar invasões na cidade. Tem que ter respeito à cidade, respeito às leis e respeito às pessoas que estão aguardando a sua habitação através das inscrições que existem na Prefeitura. Há demanda. Há. E estamos trabalhando para vencer as demandas", afirmou Odelmo Leão durante coletiva de imprensa concedida junto com o ministro após a reunião, no final da tarde.
Para o ministro da Justiça, as invasões podem tornar precárias as condições de vida na cidade, o que ele chamou de "favelização".
"Evitar as invasões é essencial para uma cidade de cerca de 700 mil habitantes. A favela é sempre ponto de crime e queremos evitar isso ao máximo", argumentou.
Assentamentos em Uberlândia
Levantamento apresentado em março deste ano pela Comissão Pastoral da Terra (T) estima que 16 mil famílias estejam assentadas em áreas urbanas de Uberlândia, das quais metade estaria vivendo em bairros irregulares já consolidados, como é o caso do Dom Almir e do Prosperidade e, a outra parte, em áreas de ocupação.
Dados da Polícia Militar (PM), também divulgados no primeiro trimestre de 2017, mostram que houve um aumento de 30% no número de ocupações nos últimos dois anos. Em 2015, foram registradas 20 invasões e, no ano seguinte, 26, sendo 25 em áreas rurais e uma urbana. Até março, foram registrados dois boletins de ocorrência informando sobre invasões.
Em um dos casos mais conhecidos, o assentamento do Glória, o Governo de Minas anunciou, no começo de agosto, a intenção de criar uma infraestrutura para as famílias. A área de 64 hectares, às margens da BR-050, pertencia à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que doou para o poder público.
Demandas das áreas de segurança pública
Na reunião com Torquato Jardim em Uberlândia, representantes de diversas áreas ligadas à segurança pública, como polícias Civil, Militar e Rodoviária, Exército, Ministério Público e judiciário, também apresentaram demandas.
De acordo com a inspetora da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jane Santos, o aumento de efetivo é a principal necessidade do órgão que, na avaliação dela, ficou desfalcado depois que 15 policiais, foram presos por suspeita de corrupção durante a 'Operação Domiciano', realizada em junho deste ano.
"O trabalho já foi normalizado. O que foi reivindicado [ao ministro] foi um reforço no efetivo, visando, principalmente, a redução nos roubos de veículo de carga na região. A gente teve uma resposta positiva sobre o pedido, que vai ser analisado", contou a inspetora.
Já para a Polícia Militar (PM), o principal pedido feito ao ministro da Justiça foi o aprimoramento das leis. O comandante da 9ª Região de Polícia Militar (RPM), Cláudio Vítor Rodrigues Rocha, reclamou que são necessárias leis mais rígidas, pois é grande a quantidade de criminosos que são presos e poucos dias depois liberados pela Justiça.
"A gente precisa mudar essa legislação, que é antiquada. Não é criminoso que tem quer protegido e sim o cidadão de bem. Pelo que conversei com o ministro, este pensamento está muito bem alinhado com o dele, o que foi bom para nós", concluiu.
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