BRASÍLIA - Ainda em recuperação de uma crise de diverticulite, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) fez questão de ir ao Senado nesta terça-feira para declarar voto a favor de Aécio Neves (PSDB-MG), na tentativa de salvar o colega da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o afastou do mandato. Jucá, que é líder do governo e presidente do PMDB, aproveitou o calor da discussão para dizer que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot teve que “engolir a sangria”. Usou a mesma expressão que falou em áudio, ao defender mudança no governo para “estancar a sangria”.
— Senador Renan, nós fomos vítimas. Um ano e três meses de achincalhe, de vazamentos seletivos, cansaram de dizer: “O Jucá disse que queria parar a sangria”. Queria mesmo, era a sangria da Dilma. E agora eu quero parar a sangria dessa falta de respeito com o país. Não quero parar a Lava-Jato. Um ano e três meses depois, o Rodrigo Janot teve que engolir a sangria, teve que engolir as opiniões, as agressões, os absurdos e teve que botar aquela canalha num pedido de arquivamento da ação contra nós.
Poucos senadores defenderam a votação ontem do mérito da decisão de Aécio. O líder tucano Paulo Bauer, um dos mais próximos de Aécio, tentou ainda reverter o clima pró-adiamento. Mas outros tucanos que participaram das reuniões, itiram que a ida dos senadores para as bases, no fim de semana, mudou o humor da Casa em função da cobrança de eleitores de uma votação que seria vista como um socorro ao senador Aécio Neves.
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