No primeiro jogo de Miguel Ángel Ramírez à beira do gramado como técnico, o Inter precisou de uma mudança de posicionamento no meio de campo durante a conversa no intervalo para enfim tomar conta da partida e vencer o Novo Hamburgo por 1 a 0, na noite de domingo, pela quinta rodada do Gauchão.
O resultado colocou os colorados na ponta da tabela com 10 pontos. A julgar pelo placar diante do lanterna, que ainda não venceu na competição, pareceu pouco. De fato, o desempenho do time no primeiro tempo não refletiu o que o treinador esperava.
Com Rodrigo Dourado sem condições físicas, Lindoso foi o primeiro volante. Edenilson e Praxedes fecharam o tripé de meio-campo na direita e esquerda, respectivamente. Patrick atuou na ponta esquerda, Marcos Guilherme na direita e Thiago Galhardo iniciou como centroavante.
Ramírez ite: "Temos que melhorar um montão".
A ideia de movimentação constante de Ramírez para abrir espaços na defesa adversária, porém, pouco surtiu efeito em 45 minutos. Quem abria caminho era Patrick, sem encontrar definição para as jogadas .
Marcos Guilherme e Galhardo estiveram em nível inferior no ataque. Enquanto isso, Edenilson e Praxedes não conseguiram fazer o jogo fluir.
ados 20 minutos, o Novo Hamburgo sentiu a queda colorada e foi para cima. Só não abriu o placar porque Danilo Fernandes e a trave impediram. Além de defender com êxito a frente da área, o time da casa encontrou espaços justamente onde o Inter vacilava: entre Lindoso, Praxedes e Edenilson.
- Não conseguíamos ter uma tranquilidade do primeiro e para o segundo e para o terceiro. Estava pensando o que mover nessa estrutura e veio um posicionamento distinto no meio, com Praxedes e Edenilson. Porque estava muito povoado o meio e (o Inter) tinha dificuldade de conectar com o ataque. Ajustamos alguns posicionamentos e conseguimos aproveitar mais os espaços vazios - explicou Ramírez.
Com Praxedes e Edenilson abertos, Inter cresce.
O depoimento do treinador sobre a estratégia decidida durante o intervalo ficou evidente na volta para o segundo tempo. Enquanto aguardavam o retorno do Novo Hamburgo, os colorados conversavam em grupos para acertar os detalhes.
Praxedes e Edenilson "abriram" o campo para o trio de ataque se aproximar da zona mais perigosa, nas cercanias da área. Praxedes acertou o travessão e Cuesta chutou forte para fora. Mas o gol veio em uma bola parada. Marcos Guilherme completou cruzamento de Moisés e deu ânimo para uma atuação individual apagada.
Mesmo assim, o atacante deu lugar para Yuri Alberto em seguida. Antes, Abel Hernández já havia entrado na vaga de Thiago Galhardo. A explicação de Ramírez após o jogo deixou clara a ideia de utilizar dois centroavantes: povoar ainda mais a área.
O Inter dominou a partida e quase ampliou em jogadas idênticas. Yuri deu opção na ponta direita e cruzou para Abel, que mandou para fora na primeira e parou no adversário na segunda. Danilo Fernandes salvaria o gol de empate no fim. Diante de erros e acertos, o técnico reconhece que todas as ideias não serão assimiladas de imediato.
- O grupo tem uma capacidade de entender, assimilar e depois executar o que propusemos. No dia a dia, estamos encontrando muito boa resposta. Estamos usando todos os meios que podemos, no vídeo, no quadro, no campo. Mas é um modelo de jogo com muitos fundamentos. Vai pela habilidade de nós, comissão técnica, treinar os jogadores a fazer o melhor que queremos no menor tempo possível - ressaltou Ramírez.
O Inter terá somente dois dias para colocar novos conceitos em prática. O elenco treina nesta segunda e na terça. Na quarta, faz o jogo do líder contra o vice, o Caxias, às 21h30, no Beira-Rio.