O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) será ouvido na quinta-feira (19), conforme determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, sobre o que chamou de "uso abusivo de algemas" em sua chegada à Curitiba, para onde foi transferido em janeiro sob suspeita de receber regalias nas penitenciárias cariocas.
No Paraná, ele desembarcou com mãos e pés presos por correntes. Lá, ele três meses e atualmente está no presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio.
No dia 10, a Segunda Turma do STF determinou que Cabral voltasse ao Rio e determinou ainda investigação para apurar eventual abuso de autoridade "na exibição do paciente (Sérgio Cabral) às câmeras de televisão algemado por pés e mãos [em sua ida à Curitiba]". O caso é relatado pelo próprio Gilmar.
Ao recordar da chegada de Cabral a Curitiba, seu advogado Rodrigo Roca considerou o caso histórico.
"[Cabral] Foi ainda protagonista involuntário de uma das cenas mais impactantes da história recente da Justiça brasileira, quando, agrilhoado pelos pés, cintura e mãos, foi arrastado pelas correntes da Polícia Federal até o Instituto Médico Legal de Curitiba, sob pruridos de dor", escreveu em um pedido de liberdade provisória.
De acordo com Gilmar Mendes, a Procuradoria Geral da República deverá designar um membro para acompanhar a "solenidade", nas palavras dele. Deverão ser comunicados ainda o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho da Justiça Federal, a Presidência do STF, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e a Advocacia Geral da União.
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