BRASIL
PGR vai avaliar pedidos de investigação sobre vídeo de Gleisi na TV árabe
Órgão abriu 'notícia de fato' para colher informações preliminares sobre caso
RIO — A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um procedimento para avaliar pedidos de investigação sobre as declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que pediu o apoio do mundo árabe ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) em vídeo divulgado nesta terça-feira. Na gravação, a presidente nacional do PT afirma que Lula é um "preso político" e convida "todos e todas" a se juntarem à luta pela liberdade do petista, condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex do Guarujá.

Segundo a PGR, trata-se da abertura de uma notícia de fato, um procedimento prévio dedicado a colher informações preliminares que servirão, em seguida, à decisão de instaurar ou não uma investigação sobre o vídeo de Gleisi. O órgão ressaltou ter recebido representações com o pedido de apuração, entre elas uma do deputado deferal Major Olímpio (PSL-RJ).

No vídeo veiculado nesta terça-feira pela emissora de TV do Qatar, Gleisi diz que Lula é um grande amigo do mundo árabe e ao longo da história, o Brasil recebeu milhões de árabes e palestinos, mas Lula foi o único presidente que visitou o Oriente Médio. As declarações da senadora esquentaram o debate no plenário, nesta quarta-feira. A senadora Ana Amélia (PP-RS) subiu à tribuna e acusou a presidente nacional do PT de violar a Lei de Segurança Nacional ao pedir apoio dos árabes a Lula, preso no último dia 7 de abril, após condenação em segunda instância por corrupção iva e lavagem de dinheiro.

Ana Amélia declarou, no discurso, que o conteúdo do vídeo da petista poderia ser enquadrado no artigo 8º da Lei de Segurança Nacional, que prevê sanção a quem "aliciar indivíduos de outra Nação para que invadam o território brasileiro, seja qual for o motivo ou pretexto".

— Nesse vídeo a presidente do PT faz uma exortação ao povo árabe, com afirmações graves, denegrindo a imagem do STF, do Ministério Público, atacando a imprensa do país, violando preceitos constitucionais e ignorando que estamos vivendo em um estado democrático de direito. Chegou ao cúmulo de dizer que nossa política externa é guiada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos — discursou Ana Amélia, lembrando que os próprios senadores lulistas haviam visitado o ex-presidente e atestado que ele estava bem instalado e bem tratado na cela em Curitiba.

Mais tarde, impedida de falar no plenário por não ter o nome citado na fala de Ana Amélia, Gleisi Hoffmann respondeu a acusação no Twitter. Disse que a senadora incentivou a violência contra a caravana de Lula no Sul do país e "agora externa seu preconceito e xenofobia com os árabes, ao me criticar por ter falado com a TV Al Jazeera". Como líder do PT, a presidente nacional do partido acusou Ana Amélia de ter praticado um ato de "desvio de caráter".

19/04/2018
Fonte: O GLOBO
 
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