BRASIL
Ministro ite que Rio pode eleger bancada de milicianos
Jungmann afirma que ministérios, TSE, PF e ABIN já formaram força-tarefa para combater ligação entre crime e política
RIO — Em entrevista na última segunda-feira ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann itiu que há sim "risco" da formação de uma bancada ser formada por milicianos no Rio de Janeiro durante estas eleições. Segundo o ministro, há uma força-tarefa em curso para tentar impedir essa possibilidade, que ele chamou de "coração das trevas".

— Corremos esse risco sim. É real. O que você pode fazer é um filtro antes. Já há um grupo de trabalho no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral formado por nós, pela Defesa, pela Polícia Federal e pela ABIN para identificar esses lugares e procurar atuar antes. O outro é um filtro pós-eleição, onde você vai fazer relação entre votos e áreas sobretudo dominadas por milicias e tentar identifiicá-los — disse Jungmann após ser questionado sobre o assunto.

Ainda no tema das milícias, o ministro descreveu a diferença organizacional entre as milícias e o tráfico durante o período eleitoral, pontuando como cada grupo capitaliza em cima dos votos das áreas que controlam. Para Jungmann, as milícias tendem a ter uma visão "mais apurada" do processo eleitoral:

— Se você controla o território, você controla o voto, controla aquela população. Então, por exemplo, o tráfico alugava a área. Se você era candidato, você pagava um preço para desfrutar dos votos daquela área. A milícia, talvez por estar muito mais próxima da polícia, e ter uma visão mais apurada de como é o processo político eleitoral e sua relação com a istração pública, começa a eleger seus representantes e aliados — argumentou, adicionando que o tema se trata de uma preocupação de sua pasta:

— É isso que você encontra hoje. E dentro do presidencialismo de coalisão, ele [representante eleito] indica seus representantes para compor [o governo], esse é o coração das trevas que importa você derrotar. Estamos preocupados com isso e agindo.

Além disso, Jungamann falou sobre possíveis ligações entre as facções criminosas do Rio de Janeiro e políticos. Segundo o ministro, se trata de um envolvimento entre as duas partes que "é sabido". O caso estaria sendo investigado pela intervenção no Rio, com um inquérito sigiloso em andamento, feito em parceira entre a polícia fluminense, Ministério da Defesa e Ministério Público Federal (MPF).

O envolvimento entre o crime organizado e políticos, inclusive, seria a razão apontada por Jungmann pela vagareza ou paralisação de "60 inquéritos" sobre a atuação das polícias fluminenses. Para ele, a solução seria "despolitizar" a corporação buscando quebrar a ligação.

— Estamos intervindo na banda podre da polícia do Rio para resolver isso — disse.

O ministro identificou também uma população de 1,1 milhão de moradores em 800 comunidades diferentes no Rio de Janeiro que vivem em situação de "exceção", que também seriam utilizadas como massa de votos pelas milícias.

15/05/2018
Fonte: O GLOBO
 
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